Restam apenas dois exemplares entre os táxis que circulam no Alto da Boa Vista, na Tijuca
As ladeiras do Alto da Boa Vista estão prestes a perder seus mais tradicionais visitantes. Os últimos dois táxis Fusca que sobem e descem as ruas da região sumirão da praça até 23 de dezembro, prazo determinado pela Prefeitura. Durante quatro décadas os Fusquinhas fizeram ponto no Largo da Usina, na Tijuca.
Sergio Dias e Marcos Cardoso lamentam a despedida dos fusquinhas
Com a mudança no Código Disciplinar do sistema de táxis em 2014, ficou estabelecido que a vida útil da frota é de seis anos de uso. Após este período, o taxista precisa trocar o veículo. “Antigamente só existiam Fuscas aqui no ponto. Há pouco tempo apareceram os carros grandes”, explicou Marcos Cardoso, taxista há 28 anos que sempre pilotou Fusquinhas e reclama que os carros mais modernos não tem a mesma resistência. “Alguns já estão na terceira troca. Esses carros grandes não aguentam as ladeiras daqui”. Marcos e o colega taxista Sérgio da Silva Dias, de 64 anos, estão lutando para continuar com os amarelinhos.
Os moradores da região também torcem pela permanência dos modelos que fizeram moda nos anos 70. “Eles são muito tradicionais, e poderiam ser vistos com mais carinho”, argumentou Eloá Marques, de 60 anos. “Me lembra saudade”.
Os dois táxis estão rodando há 20 anos e são da última leva de Fuscas produzidos no Brasil em 1995. Para pedir a permanência dos carros, os taxistas fizeram um abaixo assinado com mais de 3 mil assinaturas. Eles entregaram o documento na Secretaria Municipal de Transporte há seis meses.
Taxista no mesmo local, Oswaldo de Jesus, 55, começou a trabalhar em 1999 em um Fusquinha. Em 2012 pegou a autonomia, mas comprou um utilitário. “Se pudesse também teria um Fusca”, ponderou. “O pessoal vai sentir falta. Eles são a cara daqui.”
Coisas que só os Fuscas sabem fazer
Os táxis Fusca são muito mais do que uma atração por onde passam. “Quando chove o carro grande não sobe a ladeira de paralelepípedo, só o fusca”, explica Marcos Cardoso. O secretário municipal de transportes, Rafael Picciani, esclareceu que estuda a possibilidade de renovar a permissão especial para os carros. “A secretaria tem o desejo de renovar a permissão para preservar a memória cultural do bairro”, disse o secretário. Porém, não há prazo para a decisão.
Os táxis Fusca são muito mais do que uma atração por onde passam. “Quando chove o carro grande não sobe a ladeira de paralelepípedo, só o fusca”, explica Marcos Cardoso. O secretário municipal de transportes, Rafael Picciani, esclareceu que estuda a possibilidade de renovar a permissão especial para os carros. “A secretaria tem o desejo de renovar a permissão para preservar a memória cultural do bairro”, disse o secretário. Porém, não há prazo para a decisão.
Os moradores de Niterói também estão correndo o risco de perder um de seus patrimônios sobre rodas. Em caso semelhante, o último táxi Fusca da cidade, o modelo Fusca Sedan de 1969, só pode rodar até outubro.
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