Linha de montagem começou a funcionar após o Natal de 1945. Ícone, modelo da Volkswagen teve mais de 21 milhões de unidades produzidas
Há 70 anos, nos dias subsequentes ao primeiro Natal após o fim da
Segunda Guerra, um veículo que marcaria a história da indústria
automobilística começava a ser produzido de forma tímida. Foi no final
de 1945 que o Fusca passou a ser produzido de forma comercial – então conhecido como Volkswagen Type 1 (tipo 1).
A linha de montagem, no entanto, já existia e havia sido criada para
produzir a versão KdF-Wagen, cujos 630 exemplares haviam sido usados
pelos alemães no conflito. Após a ocupação aliada em meados de 1945, a
fábrica corria o risco de fechar até que em agosto um oficial militar
britânico, o major Ivan Hirst, encomendou 20 mil unidades do ‘Fusca’
para serem usados pelas forças de ocupação e também para prover serviços
de saúde em áreas rurais da Alemanha.
A fábrica voltaria a funcionar no final daquele ano produzindo
inicialmente 55 unidades do ‘Beetle’, como ficou conhecido o modelo
globalmente. Já no ano seguinte a unidade de Wolfsburg fabricava cerca
de mil unidades por mês e em 1947 o Fusca começava a ser exportado.
Esse reinício contou com as mãos dos britânicos, que introduziram os
valores de qualidade de construção e serviço de pós-venda. Hirst é
considerado até hoje na Volkswagen um dos personagens mais importantes
no sucesso da empresa, que surgiu oficialmente em outubro de 1949,
quando a fábrica voltou às mãos alemãs.
O Fusca, então, ganhou o mundo e teve mais de 21 milhões de unidades
produzidas até 2003, quando o último exemplar saiu da linha de montagem
de Puebla no México.
Em 1957, a montadora abriu a fábrica Anchieta no ABC paulista e lá o modelo durou até 1986, tendo uma segunda fase entre 1993 e 1996, mas sem a mesma demanda de antes. No total, foram fabricados mais de 3,3 milhões de Fuscas no Brasil, ou cerca de 16% do volume mundial.